quarta-feira, 16 de junho de 2010

POBRES ABUTRES



A passos rápidos subo a rua do cemitério, pois não quero te-la como conselheira. Nas lapides descansam abutres famintos com olhos a me seguir, desejam minha carne, meus nervos, vísceras e músculos, querem me ter como refeição. O cheiro de medo segue o meu caminho que eu incauto sigo a trilhar, carros na rua , aves no chão e gritos - A morte finalmente sacia a sua vontade -Os transeuntes param, observam, uns choram outros rezam, mas todos se tranqüilizam por terem mais uma noite. Pobre abutre vejo cair de seus negros olhos uma lagrima e seguindo meu destino me deparo a contemplar : porque choras? Será de tristeza ou de alegria? pois será alimento daqueles que um dia foram sua companhia...


Enzo de Marco