quinta-feira, 14 de abril de 2011

Um “nós” no tempo

A princípio uma noite comum de sexta-feira do mês de março... Não havia suspeitas de que ela viesse a se tornar palco de declamação de coisas antes sentidas e nunca ditas. O tempo demarcava aquele espaço, trazendo à tona uma reflexão sobre o que foram o que estavam sendo e o que possivelmente virão a ser (se bem que essa parte é bem melhor deixar por conta do próprio tempo encaminhar). Rememorar sensações, percepções e ações, conduzia pensar como foi vivenciar todos aqueles momentos de muita intensidade. Momentos estes marcados pelo entrelaçamento dos corpos,..., sintonia de respirações e (trans)pirações, uma pausa para degustar um vinho! Aquela modernidade que era cantada por Cazuza. Vivemos! Nesse momento nos remetemos a ser intactos projetos imaturos, era indolor querer e sentir tudo com muita avidez, a fome um do outro, não cabia no tempo que tinha a ser vivido, aceleramos corações e pulsos... Devoramos-nos sem medo, sem pudor, sem dó... A principio era uma noite comum de sexta-feira do mês de março e já passa da meia noite, um copo de cerveja e palavras, muitas palavras soltas pelo ar e com um incrível cheiro de confissão, o tempo era úmido e as vontades latentes. Com sempre a juventude vem acompanhada de muita avidez, e às vezes nos faz tomar atitudes tolas, o prazer desesperado... Mais o que há de mal nisso? Somos apenas desejos, somos apenas vontades, muitas reprimidas, muitas sublimadas, vinho baratos, cervejas geladas, e aquários lindos e loucos, onde o bom senso não vigora e o chapeleiro maluco è o imperador. No balanço de Elvis continuamos nosso papo, conversas loucas a beira da fogueira, contando e relembrando historias passadas. Historias onde a preocupação era a ultima a fazer parte das rodas de alegria, tempos onde as quartas havia muitas poesias e garotos reprimidos pela família, loucos por vidas, loucos por liberdade, loucos por serem apenas eles. Eh! Garotada era apenas uma sexta, que já não era mais tão comum e já chegava a cinco da manhã, a um bom tempo não víamos o sol nascer, nem sentimos seu calor bem cedinho, cheiro de um novo dia a nos mostrar que há vida no mais remoto lugar.