quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Das 32 horas que teria com você ou ( Confissões de uma amante )



Você vai chegar, fico imaginando o beijo que vai durar por dois minutos, o abraço caloroso, um olhar de saudade e de paixão. Mas eis que te vejo, você dá um abraço que une as partes exatas do corpo, mas que afasta com a desculpa do suor, dá um selinho e diz do cansaço da viagem.
Percorre minha casa com pressa, pergunta pelas pessoas, quando chegar, como vão... pega sua chave e sai.
Quarenta minutos depois volta, de banho tomado, com fome. Chama para um lanche e conta do trabalho, das coisas que encontrou em casa e do que precisa fazer. Segura nada mais que dois dedos da minha mão.
Voltamos, falamos da saudade do sexo, da vontade e você faz planos para um momento de amor sublime. A essa altura já vejo que tudo vai ser igual, que não passa de falação. Na despedida uns beijos quentes que mal alcançam a língua, já estão nos seios, uma vontade animal e o sexo rápido, a tontura é momentânea e a vontade de dormir chega, fruto do cotidiano e do momento.
Chega o outro dia, meu plano de com você rever e curtir a cidade sucumbe com a rotina, as pessoas para ver, os bichos para cuidar. Entre o almoço, às vezes antes outras depois, começam os copos de cerveja e o vinho barato. Já é tarde, as horas estão passando, não te vejo ou te vejo de relance, você passa sem camisa, com os cabelos ao vento, já se reapropriou do ambiente, é como se nunca tivesse saído.
Chega a noite, antes já nos falamos telefone algumas vezes, você diz que a noite vai ser minha, ou será que serei sua, já que é você que diz? Fico a espera mesmo sabendo que tudo é possível. Você já tomo várias, ainda quer mais, sai para a roda e volta no tempo da vontade e depois de todos os encontros.
Quando cedo, nos encontramos as vinte e trinta, vinte e uma, se minha paciência e minha raiva deixarem, não brigamos. Caso eu não esteja com o limiar tão alto assim, rola uma briga depois do seu banho. Se não, alguns momentos de sexo, com um pouco mais de tranqüilidade, com juras de saudade. Mas aí o tempo já passou, volto para casa e durmo.
Resta o domingo, um almoço coletivo e quando sobra...

2 comentários:

Rafael Medeiros disse...

Eu vou vivendo. Grato pela visita.

Beatriz disse...

Eu juro que eu adorei a " confissão"... um Q a mais na rotina sempre cai bem!